Um dos ingredientes mais utilizados na culinária, o sal realça o sabor dos alimentos e das receitas, se tornando praticamente essencial no preparo de qualquer refeição. A falta dos diversos tipos de sal torna o alimento insosso e sem sabor.
Do Que É Feito O Sal?
Formado basicamente por cloreto de sódio – NaCl – o sal contém também em sua composição minerais e nutrientes como o magnésio, o cálcio, o ferro, o zinco, o cobre e o potássio.
Quanto menor for a concentração de sódio no sal, mais saudável ele é considerado, como é o caso do sal rosa e do sal light.
O sal é encontrado naturalmente na natureza, mais precisamente em jazidas litorâneas, como um mineral conhecido como sal-gema ou halita.
No Brasil, a forma mais comum de produzir sal é através de salinas, áreas onde o sal resulta da evaporação da água do mar.
No passado o sal era muito mais utilizado como um conservante natural de alimentos.
Hoje pode ser encontrado em algumas carnes secas como charque e carne de sol, na preparação de embutidos como o famoso presunto de parma, e até em salmouras.
No período romano, já serviu também como moeda de troca, derivando na palavra “salário”, até hoje utilizada.
Confira abaixo os principais tipos de sal e suas principais características:
Tipos de Sal: Índice
Sal Rosa (Ou Sal Do Himalaia)
O sal rosa, popularmente conhecido como sal do Himalaia, como diz o nome tem coloração rosa claro. Pode ser encontrado nas lojas de especiarias ou em supermercados tanto em pó, quanto em cristais.
Outra opção é a tábua de sal rosa, uma opção muito mais cara e difícil de encontrar, mas é ideal para o preparo de carnes assadas ou grelhadas.
Sinônimo de refeição gourmet, este tipo de sal chama a atenção pela sua coloração rosada.
Mas é bom ter cuidado com imitações, para isso basta misturar um pouco em água e observar se a cor da água fica rosa. O sal rosa original não altera a cor da água ou do alimento.
O sal rosa é extraído das salinas da região do Himalaia, na Ásia. O Himalaia é uma cordilheira que engloba cinco países, sendo eles a Índia, o Nepal, o Paquistão, o Butão e uma parte da China.
O sal se encontra cristalizado sob camadas de lavas vulcânicas, o que garante um sal despoluído.
A sua coloração rosa muito apreciada vem da alta concentração de minerais como o sulfato de cálcio, o potássio, o ferro, o cobre e o magnésio.
Por conter um teor de sódio bem menor quando comparado aos outros tipos de sais – aproximadamente 230 mg para cada grama de sal – é ideal para hipertensos e pessoas com insuficiência renal.
Na culinária, o sal da himalaia não tem um sabor extremamente salgado, é mais suave que os outros sais, devendo ser usado com moderação.
Dê preferencia para adicioná-lo à receita somente após o preparo, para que ele não perca suas propriedades com a alta temperatura do cozimento.
Vai bem em preparos de carnes brancas e vermelhas, legumes e verduras.
Sal Marinho
O sal marinho é um tipo de sal obtido através da evaporação da água do mar que é estocada em represas ou que secam naturalmente em depósitos naturais criados nas rochas marítimas ao longo dos anos.
Após a secagem ao sol, o sal marinho não passa por nenhum processo de refinamento, isto é, não recebe nenhuma substância química nem passa por tratamento físico que possam alterar suas propriedades originais como cor e umidade naturais.
Mas, está sujeito a ser contaminado por meio da poluição do ambiente.
Por ser natural, o sal marinho mantém intacta a concentração de minerais em sua composição, assim como o sal rosa, por isso é considerada mais saudável que a do sal refinado.
Apesar disso, a quantidade de sódio é quase a mesma do sal que passa pelo processo de refinamento – aproximadamente 420 mg para cada grama de sal – diminuindo apenas um pouco da quantidade comum por não receber adição de iodo.
Para ser comercializado, o sal marinho passa por um processo de moedura para reduzir os cristais de sal.
E pode ser encontrado em grãos finos, grãos mais grossos ou em cristais.
Os grãos finos são resultado do processo de moagem, e é utilizado na maioria das preparações da culinária.
Sal Refinado
O sal refinado é o sal mais utilizado nas cozinhas tradicionais, e é o mais barato e o mais fácil de ser encontrado.
O seu processo de obtenção é semelhante ao do sal marinho, ambos são resultado da evaporação da água do mar.
A diferença é que o sal refinado passa por processos de refinamento e tratamento térmico que alteram algumas propriedades como cor e umidade.
Após o refinamento, o sal marinho se torna mais branco e mais fino. Além disso, é adicionado iodo, um micronutriente que auxilia na síntese dos hormônios produzidos pela glândula tireoide.
A adição de iodo ao sal refinado tornou-se obrigatória no ano de 1953, com o objetivo de evitar o bócio, ou seja, a inflamação da glândula tireoide, e o e o hipertireoidismo.
O iodo já é naturalmente presente em peixes, mas o consumo dessa carne não é frequente, devido a demanda e ao custo, por isso a importância de se adicionar o micronutriente ao sal refinado.
O processo de refinamento do sal também retira impurezas e poluição ambiente provenientes da evaporação ao ar livre.
Mas, nesse processo, o sal também perde muitos minerais e micronutrientes importantes, principalmente com a adição de produtos químicos.
Outra questão a ser considerada é grande concentração de sódio presente no sal refinado, devendo ser consumido com moderação.
Segundo Organização Mundial da Saúde – a OMS – é recomendado que o consumo diário de sódio deve ser de apenas 5 gramas para garantir o bom funcionamento do corpo humano.
O excesso de sódio pode causar problemas como hipertensão, insuficiência renal, derrame e retenção de líquido.
Sal Light
O sal light é um tipo de sal composto por 50% de cloreto de sódio – NaCl – e 50% de cloreto de potássio – KCL.
Por conter menor concentração de sódio, assim como o sal rosa do Himalaia, é o tipo mais indicado para pessoas com hipertensão, problemas renais e doenças cardiovasculares.
Apesar da menor quantidade de cloreto de sódio presente em sua composição, o seu uso ainda demanda atenção.
Isso porque o sal light em excesso aumentaria a ingestão de sódio da mesma maneira, sendo ideal consumir o sal light na mesma proporção que o sal refinado – cerca de 5 a 6 gramas de sal light ao dia.
O potássio é um mineral que equilibra o pH do sangue, além de contribuir com os sistemas muscular, nervoso e cardíaco.
Apesar disso, o consumo excessivo de cloreto de potássio também pode ser prejudicial para a saúde.
Em níveis alterados, o cloreto de potássio pode causar diversos problemas no sangue, acarretar desmaios e cansaço excessivo, descompassar os batimentos cardíacos provocando arritmias, piorar e até causar problemas renais.
Os rins possuem papel importante no controle do potássio.
Quanto ao sabor, o sal light possui um gosto mais suave do que o sal comum. Assim como o sal rosa, o poder de salgar dele não é tão forte.
Sua quantidade de sódio é de aproximadamente 195 mg para cada grama de sal, metade da quantidade de sódio do sal refinado. Aconselha-se usá-lo somente após o preparo.
Sal Grosso
O sal grosso é um sal com a mesma quantidade de sódio do sal refinado – aproximadamente 400 mg a cada grama de sal –, porém ele não passa pelo processo de refinamento, o que impede que ele perca os minerais presentes em sua composição, fazendo com que ele seja uma opção mais saudável.
Em outras palavras, o sal grosso são cristais de sal marinho, em sua forma bruta, com a diferença de que o sal grosso recebe adição de iodo, assim como o sal refinado.
É um tipo de sal muito popular no preparo de churrascos e carnes assadas em geral, isso porque o sal grosso resseca menos a carne do que o sal refinado.
Ainda assim, não é ideal aplicá-lo na carne muito antes do preparo, para garantir que a proteína não desidrate.
Caso prefira, é possível reduzir o tamanho dos cristais, basta moer os grãos num processador ou bater no liquidificador.
Flor De Sal
A flor de sal é um tipo de sal muito utilizado na gastronomia como uma forma de decorar pratos e de preparar receitas diferenciadas, e tem ganhado popularidade entres os chefs de cozinha.
A flor de sal é uma forma de sal marinho não refinado, e pode ser obtida ao colher pequenos cristais de sal que flutuam na superfície das salinas.
Não é um processo fácil pois os finos cristais de sal podem se desfazem com facilidade.
Por isso também, é um tipo de sal raro e mais difícil de encontrar, sendo mais utilizado por quem sabe adicioná-lo as receitas.
Por não passar por nenhum processo de refinamento, a flor de sal mantém em sua composição minerais como o magnésio, o potássio, o cálcio, o cobre, o ferro e o zinco.
Já a sua concentração de sódio é maior do que no sal refinado comum, aproximadamente 450 mg de sódio para cada grama de sal, por isso é recomendável usá-lo em menor quantidade.
Por conter maior quantidade de sódio, o seu sabor é mais acentuado, o que pode deixar as receitas mais salgadas. Apresenta uma textura crocante e aspecto flocado, sendo perfeita para decorar pratos.
Um exemplo famoso do uso da flor de sal é o doce caramelo salgado. Caso seja levado a altas temperaturas, a sua textura pode se assemelhar ao sal comum.
Sal Negro
O sal negro não é um tipo puro de sal, mas sim uma mistura feita de sais da região do Himalaia, mais consumido na Índia, cujo nome local é Kala Namak, e no Paquistão. Também pode ser encontrado como sal indiano.
A sua cor negra deve-se à presença de ferro em sua composição, além de alguns outros minerais.
Possui baixa concentração de sódio, sendo seu consumo mais indicado para pessoas hipertensas ou com problemas renais.
Por ser de origem vulcânica, o sal negro possui uma considerável quantidade de enxofre, o que confere a ele um aroma e um sabor forte e específico.
Sal Kosher
O sal kosher é um tipo de sal cujos cristais possuem formatos irregulares, obtido de minas de sal terrestres.
O sal kosher é feito de cloreto de sódio – NaCl – e minerais como os outros tipos de sal, o que difere é principalmente o tamanho dos grãos.
Não é muito utilizado ou conhecido no Brasil, sendo mais encontrado nos Estados Unidos e usado por grandes chefs.
Devido as leis do país, o sal kosher não contém iodo em sua composição, sendo considerado mais puro.
Na culinária, assim como a flor de sal, o sal kosher é muito utilizado na decoração de pratos e em receitas que pedem uma textura mais crocante.
Porém, o sal kosher carrega menos umidade que a flor de sal, o que faz com que ele demore um pouco mais para dissolver.
Agora É So Escolher o Seu Tipo de Sal Preferido!
Agora que você conhece os principais tipos de sal, basta analisar de acordo com as suas necessidades e escolher.
Lembrando que quanto menor refinado for, menor a quantidade de aditivos químicos e mais saudável.
Além disso, é bom ficar de olho na concentração de cloreto de sódio, principalmente para quem tiver problemas com hipertensão, retenção de líquido ou disfunção renal.
Caso seja necessário refrear o consumo, basta começar reduzindo o consumo de forma gradativa para que o paladar se acostume com a mudança.
Evite colocar o saleiro sobre a mesa, para não adicionar mais sal à comida já salgada.
Evite também o consumo de embutidos e produtos enlatados, devido a alta concentração de sódio presente neles. Dê sempre preferência a alimentos frescos e naturais.
E em caso de consumo exagerado, é importante beber bastante água para limpar o organismo, e coma uma banana que é rica em potássio, facilitando a eliminação do sódio.